Um dia estava eu em uma livraria dando uma olhada nos livros na seção de Administração e Economia, quando encontro um livro com Buzz Lightyear na capa, o nome do livro era: Criatividade S.A. Sou muito fã dos filmes da Pixar, (tanto que no meu casamento, uma das músicas escolhidas foi You belong together) e com certeza, assim como muitos da minha geração, o primeiro filme de animação computadorizada que assisti foi Toy Story, por isso a capa me chamou atenção. Comprei!
Publicado aqui no Brasil pela editoa Rocco, é uma mistura de livro negócios com um autobiografia profissional. Ed Catmull, CEO da Pixar Animation e Disney Animation foi quem decidiu criar esse livro e com ele, provou que além de um Administrador, ele é um escritor fora de série.
Gosto de ler tudo relacionado com empreendedorismo e negócios, se misturado com cultura pop, muito melhor! E nesse livro, tudo isso é feito com louvor: não faltam descrições de como foram feitos vários filmes da Disney e da Pixar e nesses mesmos exemplos podemos aprender técnicas empresariais de como foi construída a cultura de empreendedorismo e criatividade dessas empresas que perdura até os dias de hoje.
Ed Catmul, desde sua infância era muito fã da Disney e seu sonho, era poder criar filmes de animação por computador. O grande problema é que nessa época não existiam computadores com grandes processadores e memória, e muito menos maneiras de realizar filmes da maneira como ele queria, mas, nada disso foi motivo para impedir esse sonho se tornar realidade.
Na caminhada por esse empreendimento, Ed se formou em computação gráfica e nesse caminho conheceu John Lasseter (que viria a ser mais tarde o Diretor Criativo de vários filmes da Pixar e posteriormente da Disney). E nesse mesmo caminho, após o sucesso que foi Star Wars, o ilustre George Lucas criou a Lucasfilm Computer Graphics Group e contratou os melhores nessa área: Ed e Johh. Eles ficaram nessa empresa, até a mesma ser adquirida por Steve Jobs(que decidiu investir em uma área diferente, após ser afastado do conselho da Apple).
O desejo de mudar o mundo foi o que uniu John, Ed e Steve. Cada um a sua maneira, mas com mudanças e sonhos efetivos e reais. É muito inspirador ver que os três passaram por muitas dificuldades, mas cada um tinha a sua meta bem definida e apesar de todos os reveses que passaram, conseguiram efetivamente realizar a mudança que tanto queriam: Jobs foi imortalizado pela quantidade de revoluções tecnológicas que trouxe ao mundo, e John e Ed, pela maneira como mudaram o mundo de animação gráfica com seus filmes que nos trazem tantas memórias e alegrias na hora que assistimos.
Para ser possível existir a Pixar e até mesmo a Apple como conhecemos, foi necessário muitos erros, prejuízos e persistência. Existem várias teorias utilizadas nessa empreitada, mas, como isto é uma review e não a cópia ipsi-litteris do livro, destaco a seguir algumas teorias que considero essencial e facilmente aplicáveis. Podemos utilizar em nossas empresas e vidas, duas maneiras da Pixar resolver alguns de seus reveses: (1) quando ocorre problemas na empresa – sim, se não ocorreu ainda, irá ocorrer, ninguém esta livre disso – não fique procurando por culpados, primeiro porque vai haver muito tempo e esforço investido na coisa errada, o foco deverá ser a resolução do problema e criar uma maneira de não ocorrer aquele problema novamente, ou ao menos diminuir seu impacto. Problemas grande ou pequenos são basicamente iguais. (2) Catmull era muito fã do modelo Toyota de produção, modelo que resumidamente, quando acontece algum tipo de problema, qualquer um tem autonomia para parar a linha de produção e não aumentar esse problema, ao contrário, resolvê-lo. Parece óbvio, mas conheço muitas empresas, que somente o Gerente ou dono, tem autonomia para resolver ou parar a produção quando acontece algum tipo de problema.
Conforme a leitura vai fluindo, vamos chegando ao âmago da questão de como foi criada a cultura da Pixar. Ed, no livro nos dá uma pista: qualquer que seja a nossa meta, seja como empreendedor ou como pessoa, passaremos por muita complexidade e ele fala uma coisa que eu considerei essencial: não existe uma fórmula certa para o sucesso! (Ainda que vários “gurus” insistam no contrário), com isso em mente, precisamos ter criatividade para superar as forças invisíveis que ficam no caminhos da verdadeira inspiração.